Ainda me lembro, e não vão longe, os tempos do “Instituto Universal Brasileiro”, o “Clube da Bílbia” e outros tataravós da Educação à Distância (ou pelo menos as amebas evolucionistas da idéia.. hehehe)... Meu pai mesmo é um ótimo eletricista graças ao IUB, meu tio fez carreira na PHILIPS como curso de eletrônica deles, minhas melhores roupas são as que minha mãe faz, também fruto desses antigos módulos de ensino...
Ainda não tive um médico ou pastor nesses moldes, mas parece que este futuro não está longe...
Sei que existe uma grande polêmica quanto à necessidade de se fazer um curso presencial em algumas áreas... mas estava pensando muito esses dias e queria dividir com vcs... Não vou falar de teologia, mas da medicina e áreas afins, embora a reflexão valha para ambos.
O que vem a ser um curso presencial? Basta o aluno estar presente na sala e isso é garantia de aprendizado? Mas e as aulas práticas? Também a presença é indispensável? Lembro dos meus tempos de faculdade... posso ser sincera??? Conto nos dedos os enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, médicos, e terapeutas ocupacionais que de fato assistiram as aulas durante os cinco anos que ali ficaram... Falei assistir as aulas, não estar simplesmente presente nas aulas.
A maioria varava a noite nas festas, acampamentos e luais, chegava ainda bêbado ou noiado na sala, vomitava na porta, e tirava 10 no final de tudo. É impossível que tenham apreendido alguma coisa do conteúdo na aula... a maioria se desdobrava sozinho em casa para compensar o que haviam perdido. Vocês precisavam ver, o cara da xerox ficou rico só com cópias dos cadernos dos “nerds” que de fato assitiam as aulas.
Muitos deles são grandes profissionais hoje... mas não foi a faculdade que os formou... foi depois.. quando saíram e encararam o mundo, quando perderam a tutela dos professores, quando tiveram que agir sozinhos e arcar com as próprias consequências... aí tiveram que se (re)formar...
Não estou de forma alguma elogiando este comportamento, mas apenas fiquei pensando que não é impossível o exercício da AUTONOMIA proposta pelo ensino à distância, uma vez que muitos já o fazem, mesmo que de formas enviezadas....
AUTONOMIA é uma das minhas palavras preferidas... e só com autonomia é possível criar seres pensantes...
P.S.: Resguardadas as proporções, é exatamente o mesmo que acontece nos seminários... nem me venha com essa de que a história que contei não se aplica... podem não aparecer bêbados, mas ficam na aula tão dispersos quanto...
5 comentários:
Querida, porque será que senti que estava incluída aqui? Dor na consciência? ( que fique claro, que eu não ía bêbada as aulas, mas muitas vezes não ía por pura preguiça...rs). Concordo, em parte, com você, sobre a possibilidade de aprendermos coisas sozinhos, à distância. Mas acho que isso não vale pra todos , nem para todos os assuntos. Eu mesma, arrependimento matasse, teria morrido de não ter aproveitado, tanta gente reunida, interessada num mesmo assunto. À distância, também o esforço tem que ser muito maior.
Pegou pesado, hein? Mas é isso aí mesmo. A EAD pode ser mais proveitosa até que uma sala de aula convencional.
Depende sempre do aluno...
Abraço!
Não posso dizer que tenha gostado porque acho que vomitar na porta ou "noiar" também faz parte de crescer, aprender algumas coisas, e saber como trilhar a nossa vida!
Pra mim fazer universidade é muito mais do que assistir aulas... é poder conviver com diferenças, poder criar laços de amizade...essenciais para todos nós! O bom seria que todo mundo realmente pudesse ter acesso a uma universidade pública!!!
Que bom que você conhece muitos que fizeram EAD e conseguem usar o que aprenderam, parabéns para eles!
Fico pensando qual é a porcentagem de pessoas que também estudaram dessa meneira e que se garantem no que fazem, será que são muitos?
EAD e presencial creio que depende muito do curso e do aluno... confesso que se eu fosse atendido por um medico em seu consutório que fez o curso a distancia eu naum ficaria preocupado, mas se esse mesmo médico fosse me operar, com certesa eu naum chegaria nem perto do hospital...
abraçaum
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